Pelo menos cinco bancos esperam o crescimento de operações em suas linhas de crédito para energia solar – Banco do Nordeste, Banrisul, BNDES, Caixa e Santander
Eis os valores oferecidos em 2020 e as previsões de crescimento neste ano nas linhas de crédito para energia solar:
Caixa – espera dobrar neste ano o crédito para energia renovável, que cresceu 35% em 2020. Não revela valores;
Santander – espera alta de 50% só na geração distribuída, os painéis solares na casa ou na empresa do consumidor. Não revela valores;
BNDES – aprovou financiamentos de R$ 1,48 bilhão para geração solar em 2020. Espera aumento em 2021, mas não apresenta estimativa;
BNB – em 2020, destinou R$ 264 milhões a projetos de geração distribuída, alta de 15% frente a 2019. Espera alta neste ano, mas não apresenta estimativa;
Banrisul – de janeiro a setembro de 2020 destinou R$ 135 milhões a projetos de geração distribuída, alta de 338% em relação ao mesmo período de 2019. Espera “crescimento robusto” neste ano.
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Segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), os investimentos privados no setor devem ultrapassar R$ 22,6 bilhões em 2021. Só na geração distribuída, como em sistemas em telhados e fachadas de edifícios, a potência instalada deve crescer 90%: de 4,4 gigawatt para 8,3 gigawatt.
Chance de mudança na regulação tem acelerado investimentos
Parte desse crescimento é esperado por conta das mudanças na regulamentação desse tipo de geração. Atualmente, ela é definida pela resolução 482 de 2012 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No fim de 2019, a agência abriu consulta pública para discutir o tema, mas houve resistência, inclusive, por parte do presidente Jair Bolsonaro.
A discussão, no entanto, impulsionou a procura para implantação do sistema: “Houve um crescimento bem forte no final de 2019, extremamente acelerado em novembro, dezembro, porque a regulação poderia entrar [em vigor] em janeiro. Quando ela não entra, vemos que, de fato, teve essa antecipação porque iniciamos o ano [de 2020] num patamar bem inferior ao que fechamos em 2019″, disse o superintendente de Estratégia de Negócios da Santander Financiamentos, Fábio Mascarin.
Para a vice-presidente do conselho de administração da Absolar, Bárbara Rubim, outros fatores como a alta de temperaturas no fim do ano, que acaba aumentando o consumo de energia unida ao recebimento do 13º salário também influenciaram a alta na ocasião. Ela concorda, no entanto, que “o receio de que essa revisão vá acontecer e eventualmente vá levar a algum resultado negativo, é um fator que acelera o processo de tomada de decisão do consumidor final”.