Brasil passa pela maior crise hídrica desde 1931, diz ministro de Minas e Energia

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Com importação de energia de países vizinhos e acionamento das usinas termelétricas por conta de crise hidríca, consumidores devem esperar por mais aumentos na conta de luz

Em entrevista ao portal Poder360, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou estar preocupado com a falta de chuva no Brasil e o baixo nível dos reservatórios de água. Nos próximos dias, segundo o gestor, serão acionadas todas as usinas termelétricas do país para garantir que não ocorram apagões ou seja preciso racionar energia.

A previsão do ministério é que nos próximos meses as chuvas na região Sudeste não tenham volumes significativos. Segundo ele, esse é o menor nível de chuvas no Brasil desde o início da série histórica em 1931. O ministro também afirmou que o país vai importar mais energia da Argentina e Uruguai, e que o impacto financeiro chegará ao consumidor. 

Leia os principais trechos da entrevista:

Tamanho da crise hídrica

“Essa é a maior crise desde 1931. E só não é pior porque não se media antes. São 91 anos. E agrava-se o fato de que também estamos tendo a menor afluência em Itaipu desde a sua construção.”

Compra de energia e acionamento das termelétricas

“Estamos acionando as termelétricas para manter a segurança energética do país, para que não ocorra nenhum racionamento, apagão, ou qualquer coisa nesse sentido. Nós estamos trabalhando para que os níveis do reservatório não fiquem baixos demais. Daí o despacho das nossas usinas termoelétricas e outras ações como a antecipação de entrada e operação de algumas usinas termelétricas ou de gás natural — como é o caso do Vale do Açu e Sergipe. Isso também nos garante uma energia mais limpa e também nos ajuda a preservar os reservatórios.”

Impacto para o consumidor

“Sim, terá impacto no preço da energia. A própria bandeira vermelha já sinaliza e põe a energia mais cara para o consumidor. Mas isso é um alerta para que [o consumidor] possa se defender, consumir menos e racionar, porque a conta vem de qualquer jeito. É uma questão matemática: se você despacha uma usina que custa mais, alguém tem que pagar por isso.”

Expectativa de percentual do impacto nas contas

“É muito difícil de prever isso agora. A própria bandeira vermelha não é o aumento da tarifa. A tarifa é reajustada anualmente dentro dos contratos, e cada distribuidor tem o seu texto e sua periodicidade de reajuste. Umas são por IPCA ou IGP-M, vários fatores em meio a isso. Se você continuar consumindo da forma que está consumindo com a tarifa vermelha, o seu reajuste lá na frente não vai ser tão grande assim, porque você já pagou por isso.”



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