Uma usina fotovoltaica com sobra se refere a um sistema de geração de energia no qual a unidade consumidora não utiliza toda a energia gerada, resultando em um saldo excedente.
Esse excedente de energia, quando não utilizado, se converte em créditos de energia para a unidade geradora, desde que esteja integrada ao sistema de compensação de energia, disponível para as unidades consumidoras do mercado cativo.
É importante notar que esses créditos têm um prazo de validade determinado por lei e podem expirar se não forem utilizados dentro desse período.
Rodrigo Renó, presidente da RenovaEco Cooperativa de Energia, compara essa situação à ineficiência de deixar dinheiro parado na conta bancária sem aplicá-lo.
Para garantir que o excedente de energia seja aproveitado, o gerador pode disponibilizá-lo à cooperativa, especialmente se for um cooperado.
Dentro do modelo cooperativo, essa energia excedente pode beneficiar outros cooperados que não possuem sistemas de geração, promovendo a colaboração e a sustentabilidade na comunidade.
Renó destaca que, embora isso esteja relacionado ao mercado de energia e à geração distribuída, é uma prática intrínseca ao cooperativismo, onde um cooperado beneficia outro.
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Dependendo do volume mensal de excedente gerado, o gerador pode se beneficiar de diversas maneiras, desde a redução de sua conta mínima até a geração de superávits, que podem se transformar em recursos diversos, como dinheiro ou outro tipo de valor.
Modelo para usinas fotovoltaicas
O modelo cooperativo pode impulsionar a eficiência nos investimentos em geração distribuída e oferecer mais oportunidades de negócios para integradores solares.
Além disso, quando incentivado e implementado de forma adequada, o cooperativismo pode movimentar e impactar organicamente todas as cadeias de valor relacionadas à energia, sendo um alicerce importante para o desenvolvimento local e regional.
As práticas cooperativas também se alinham ao conceito de compensação distribuída, um modelo de geração distribuída com compensação local, que tem se mostrado tão impactante quanto os modelos de desenvolvimento praticados por cooperativas de crédito.
Rodrigo Renó apresenta um exemplo prático dessa abordagem com uma usina recentemente operacionalizada no município de Piranguinho (MG).
Nessa usina, foram implementadas culturas de abacaxi e feijão em meio aos módulos bifaciais, demonstrando a adoção do conceito de produção agrícola em consórcio.
Essa iniciativa, que teve sua inspiração nas operações da RenovaEco, ilustra como o cooperativismo pode ser assimilado pelos produtores rurais, gerando valor não apenas para o produtor, mas também para a comunidade como um todo, através da produção de energia limpa e de produtos agrícolas orgânicos.