Redução de quase 100% na conta de luz serviu de combustível para moradores de Alvorada comprarem mais um sistema de energia solar fotovoltaico
Em pouco mais de três anos, os moradores de uma casa do bairro Jardim Algarve, em Alvorada, já economizaram mais de R$ 11 mil com a geração de energia solar. Desde a instalação do sistema fotovoltaico, que ocorreu no início de 2017, o valor da conta de energia elétrica foi reduzido para a taxa mínima – na média, ao custo de aproximadamente R$ 50. De acordo com os cálculos da equipe de monitoramento da Elysia, empresa responsável pelo projeto, a residência já deixou de emitir cerca de 2 toneladas de CO2 na atmosfera.
Como funciona a energia solar?
A estimativa dos técnicos da Elysia projeta que o retorno do investimento deve ser atingido já no próximo ano. Momento em que o sistema completará cinco anos de operação. Em 2021, portanto, a família já terá atingido o valor investido com a economia na conta de energia elétrica. E ainda terá pela frente ao menos 20 anos de funcionamento pleno do sistema fotovoltaico. Para imóveis residenciais, a média de payback (retorno do investimento) tem ficado em torno de 4,5 anos. Com o crescimento da inflação energética no Brasil, esse tempo deve diminuir ainda mais nos próximos anos.
Um acerto financeiro e ambiental
Valdemar Engroff, proprietário do imóvel, considera um acerto ter apostado na energia solar em um período em que a tecnologia ainda estava no início de sua expansão no Brasil. “Hoje geramos a própria energia de uma forma sustentável e vemos a economia bater na porta todo final de mês, quando chega a fatura da conta de energia elétrica. É uma dupla sensação satisfatória: economizar dinheiro e ajudar o planeta”, afirma Engroff.
A residência de Engroff conta com um sistema de 2,52 kWp, cuja potência de geração é de 290 kWh/mês, na média anual. A quantidade energética é suficiente para a família atingir a independência energética. No local, foram instalados oito painéis e um inversor solar.
Impacto positivo motivou aquisição de mais um sistema
Vendo de perto as diversas vantagens econômicas e ambientais colhidas pela família, a filha de Valdemar, Bibiane Engroff, também decidiu aderir à geração fotovoltaica. A residência da primogênita, que também fica em Alvorada, recebeu a instalação de um sistema fotovoltaico composto por 9 painéis solares. É o suficiente para atender a toda a demanda energética da casa – e se tornar autossuficiente na geração de energia elétrica.
Energia solar vem se popularizando no Brasil
Desde a chegada do energia solar ao Brasil, que ocorreu após a publicação da Resolução Normativa 482, de 2012, a tecnologia fotovoltaica vem crescendo a passos largos. Antes considerada uma energia de difícil acesso para a população em geral, em razão dos valores mais altos de investimento, a energia solar vem se popularizando e tornando-se acessível para diversas famílias. Esse fenômeno vem ocorrendo por conta das diversas opções de financiamento disponíveis no mercado. Além da queda do preço dos insumos do sistema fotovoltaico, que chegou a uma redução de 75% nos últimos dez anos.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil atingiu recentemente mais um recorde na capacidade instalada em energia solar. O país já conta com 255 mil sistemas fotovoltaicos instalados, que acumulam investimentos de R$ 15,2 bilhões desde 2012, ano em que a tecnologia foi liberada. Com isso, o Brasil atingiu a marca histórica de 3 gigawatts (GW) de capacidade instalada de sistemas de geração de energia solar distribuída.
Apesar da marca expressiva, a tecnologia fotovoltaica distribuída representa apenas 0,4% das unidades consumidores existentes no Brasil, atualmente da ordem de 84,4 milhões.
De acordo com a entidade, dos 255 mil sistemas instalados, a maior parte (72,4%) está relacionada a consumidores residenciais. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (18%), consumidores rurais (6,6%), indústrias (2,6%) e poder público (0,4%). Em potência instalada, o setor de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica distribuída, com 39,5% da capacidade. Os consumidores residenciais estão logo em seguida, com 38,5%.
Rio Grande do Sul é terceiro polo de energia solar do Brasil
Até dezembro de 2019, foram instaladas 12,1 mil unidades de geração fotovoltaica no Rio Grande do Sul, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O volume representa expansão de 142% em relação a 2018. Esse dado consolida o Estado como o terceiro maior polo produtivo do país, com 19,6 mil usinas ativas, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo.
Os clientes residenciais são os protagonistas da expansão das estruturas de energia limpa no país, conforme a Aneel. No Rio Grande do Sul, eles respondem por 66% dos pontos em operação. No entanto, a maior potência instalada está entre os clientes comerciais, hoje responsáveis por 44% do total.
Com a presença cada vez mais frequente dos painéis fotovoltaicos nos municípios gaúchos, a potência instalada quase quadruplicou entre dezembro de 2018 e o mesmo mês do ano seguinte, passando de 62,4 mil quilowatts (kW) para 234,1 mil kW, conforme a Aneel.