Energia solar para alta tensão (opção 1): como ficou o tempo de retorno do investimento depois do Marco Legal?

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Estudo técnico da Elysia faz projeção de payback para consumidores que fazem a migração de alta para baixa tensão (do Grupo A para o Grupo B)

Mesmo depois da entrada em vigor do Marco Legal da Geração Distribuída, a energia solar segue sendo um investimento rentável, seguro e atrativo. Essa é uma constatação que vale tanto para empresas (enquadrados em alta e baixa tensão) como para residências. Portanto, está equivocado quem pensa que deixou de valer a pena gerar energia solar no Brasil. Para alguns perfis de consumo, a economia proporcionada permanece ultrapassando os 90%, pois gerar a própria energia permite uma alteração na forma de faturamento da sua conta.

Veja como ficou o payback para consumidores de baixa tensão após o Marco Legal

A grande dúvida dos consumidores gira em torno do tempo de retorno do investimento. Espalhou-se, de forma errada, que o payback se elevaria muito com as novas regras do Marco Legal. Mas não é uma afirmação verdadeira.

Para demonstrar a rentabilidade do investimento de forma didática, a equipe técnica da Elysia se debruçou sobre os cálculos de payback para consumidores de alta tensão – aqueles com demanda contratada -, em especial para a categoria que pode se tornar B optante.

Antes do levantamento, um esclarecimento importante:

Antes de analisar o levantamento de payback, porém, é preciso compreender um ponto: é fundamental que a equipe técnica da Elysia faça uma análise aprofundada da sua unidade consumidora antes do investimento em energia solar.

Um estudo técnico do comportamento de consumo pode resultar em mudanças no modelo de cobrança. Neste caso, o seu custo com energia elétrica pode ter uma queda expressiva por dois motivos:

Motivo 1: migrar do grupo tarifário A para o grupo B (portanto, tornar-se B optante).

Motivo 2: se permanecer no grupo A, migrar da modalidade “horária azul” para a “horária verde”.

Neste conteúdo, focaremos apenas no Motivo 1. Em outra postagem, trataremos do Motivo 2.

Motivo 1 – Migrar do Grupo A para o Grupo B

Essa modificação traz uma série de vantagens econômicas para o consumidor. Aqui, embora a unidade siga sendo atendida em média ou alta tensão, poderá se tornar B optante e ser faturada como consumidor do grupo B. Isto é: a sua empresa paga mais barato na conta de luz.  Para isso se concretizar, a soma das potências dos transformadores da unidade consumidora precisa ser de até 112,5 kVA.

Vamos entender por que a troca é vantajosa.

Dentro do grupo tarifário de alta tensão, a fatura de energia é dividida entre:

– Um valor fixo, contratado de demanda, em R$/kW, o qual possui um valor médio de R$ 30/kW; 

– E um valor de consumo, em R$/kWh, cujos valores diferem conforme o horário em que aquela energia foi consumida;
No Grupo B, de baixa tensão, o consumidor paga apenas a tarifa de consumo, em R$/kWh, e seus encargos. Portanto, a unidade que consegue trocar do Grupo A para o Grupo B é a que tem o maior potencial de redução entre todos os tipos de consumidores, pois deixaria de pagar a demanda contratada.

Veja como fica o retorno do investimento para quem faz essa migração, em uma comparação entre antes x depois do Marco Legal

Diferença de payback: 4 meses

Tamanho do sistema fotovoltaico: 99,9 kWp
Número de placas solares: 180 (quantidade média, considerando módulos de 555 Wp)
Geração média mensal: 11.240 kWh/mês
Demanda contratada: 75 kW
Investimento aproximado: R$ 353.000,00
Concessionária: CEEE

Antes do Marco Legal

Economia mensal: R$ 9.707,00
Economia anual: R$ 116.490,00
Payback: 3 anos e 3 meses

Depois do Marco Legal

Economia mensal: R$ 9.416,00
Economia anual: R$113.000,00
Payback: 3 anos e 7 meses



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