Somente no segmento residencial, crescimento foi de 21,5%; resultado ainda não reflete o impacto do coronavírus no setor de energia solar no Brasil
A fonte solar fotovoltaica atingiu, ao fim do primeiro trimestre deste ano, a marca de 5.114 gigawatts (GW) de capacidade instalada no país, um aumento de 14,4% frente aos 4.470 GW do fim de 2019. Deste total, 55%, ou 2.687 GW, referem-se a usinas de grande porte, e os demais 2.427 GW referem-se aos mais de 208,3 mil sistemas de mini ou micro geração, ou “geração distribuída”.
Os números mostram a expansão do setor ainda sem impactos da pandemia do novo coronavírus e fazem parte de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), divulgados pelo Estadão. A entidade destaca que, considerando apenas as usinas de grande porte, a fonte solar representa 1,5% da matriz elétrica brasileira, à frente da nuclear, com 1,1%, mas ainda inferior ao carvão (2%), e a outras fontes renováveis com maior presença no país, como biomassa (8,3%), eólica (8,5%) ou hídrica (60%).
De acordo com o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, a expansão observada nos três primeiros meses deste ano está em linha com o que o setor projetava, de manutenção da forte trajetória de crescimento, principalmente na geração distribuída, mas também na centralizada.
Absolar projeta demanda reprimida de energia solar no Brasil após coronavírus
Desde 2019, observa-se uma explosão no número de novas instalações de sistemas de micro e minigeração, impulsionada pelos aumentos nas tarifas da energia nas distribuidoras e pela ampliação das linhas de financiamento para esse tipo de projeto. Somente nos primeiros três meses deste ano a alta foi de 21,5%.
Apesar da crise do coronavírus, a expectativa da entidade é de que, passado o momento atual de forte impacto provocado pela pandemia, haverá uma demanda reprimida a ser atendida. “Quando a situação mais crítica for ultrapassada, haverá um aumento importante no volume de pedidos, não exatamente no mesmo patamar, como se a demanda estivesse postergada, mas de uma parcela”, disse.
Ele avalia que o interesse dos consumidores por geração distribuída continuará mesmo em meio à prevista recessão e pode até crescer, tendo em vista o esperado aumento das contas de luz, em decorrência dos custos do apoio financeiro que vem sendo discutido às distribuidoras e que deve ser, ao menos parcialmente, repassado para as tarifas.