Além de serem mais leves, as placas solares têm desempenho superior ao de reatores nucleares em mais da metade da superfície do planeta
A energia solar pode ser bem mais vantajosa que a nuclear para fornecer energia em futuras missões tripuladas a Marte. A hipótese é da University of California e está na revista científica Frontiers in Astronomy and Space Sciences. Além de serem mais leves, as placas solares têm desempenho superior ao de reatores nucleares em mais da metade da superfície do planeta, especialmente em regiões equatoriais.
O estudo comparou os dois sistemas em uma missão simulada a Marte com seis pessoas, com uma duração de 480 dias – incluindo ida e volta. Esse cenário tem como base a melhor janela de lançamento, que reduz o tempo de viagem quando o Planeta Vermelho está mais próximo da Terra.
Vantagens da energia solar em Marte
O estudo descobriu que a energia solar é igual ou até melhor que a nuclear quando considera-se peso e eficiência. Até então, a NASA estimava a necessidade energética em missões à Marte apenas em curta permanência, que não demandariam tanta energia. Mas uma estadia mais longa exige mais energia. Principalmente para alimentar instalações de biofabricação, produzir combustível e mais.
Os pesquisadores também descobriram que o peso de um sistema de energia solar equivaleria a apenas 10% de uma carga útil de 100 toneladas enviadas a Marte. Em locais próximas ao Equador, o peso dos painéis solares mais o armazenamento de hidrogênio seria de 8,3 toneladas. Enquanto isso, o reator nuclear pesaria 9,5 toneladas.
Com isso, poderiam ser enviados sistemas de energia solar reserva para eventuais problemas, uma vez que são mais leves. Os autores também destacaram que os atuais painéis solares avançaram bastante em eficiência e, por isso, os consideram como a melhor fonte de energia em futuras missões.