Embora o setor fotovoltaico brasileiro hoje esteja consolidado, levou-se um tempo para que o país alcançasse o atual patamar de energia solar
No começo dos anos 2000, a matriz elétrica brasileira era altamente dependente de fontes hidrelétricas. Cerca de 90% de toda a energia elétrica do país era gerada por usinas hidrelétricas. Por conseguinte, havia uma vulnerabilidade considerável a períodos mais longos de escassez de chuva.
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Em 2001, uma escassez histórica de chuvas levou o sistema elétrico brasileiro à beira do colapso. Diante da iminência de um grande apagão, portanto, o governo federal criou um “Ministério do Apagão”, vinculado à Casa Civil, para conter a crise. O poder público acabou adotando uma política de racionamento de energia elétrica.
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A crise levou o governo a criar ações para diluir a participação da energia hidrelétrica na matriz brasileira. Foram instituídos, então, programas para aumentar a produção de fontes renováveis, como fontes eólicas e usinas termelétricas movidas a biomassa. Também foram feitos investimentos públicos na atividade de transmissão de energia.
Energia solar, porém, não fez parte dos planos
Mas a energia solar praticamente não avançou nesse período – essa fonte não fez parte dos planos de diversificação da matriz elétrica brasileira por ser muito cara. Ou seja, a expansão da energia solar naquele momento poderia encarecer a conta de luz dos brasileiros.
O mercado de energia solar no Brasil, portanto, é relativamente novo. Há dois fatores centrais que explicam por que essa fonte ganhou força a partir de meados da década de 2010.
O primeiro é uma queda de preço ao longo dos anos. Conforme dados da Absolar, o preço médio da energia produzida por fontes solares caiu em pouco mais de 80% entre 2013 e 2019.
Esse movimento foi causado por três fatores centrais:
– Avanços tecnológicos que baratearam o custo de painéis fotovoltaicos
– Aumento de escala, que diminuiu custos de produção de equipamentos
– Ganhos de produtividade ligados ao “learn by doing” (“aprender fazendo”, em português).
Ou seja, as pessoas e empresas envolvidas na geração solar ganharam experiência e tornaram o processo mais eficiente
Além da redução do preço, outro fator que explica o crescimento da energia solar a partir de meados da década de 2010 é o quadro regulatório em torno desse tipo de energia. Em 2012, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) publicou uma resolução que, pela primeira vez, estabelecia regras para a instalação de pequenas estações de geração de energia solar no país. Já em 2015, essa resolução recebeu adaptação para tentar melhorar as regras para funcionamento do setor.
Em paralelo às medidas sobre geração distribuída, o governo também avançou na geração centralizada. Em 2014, portanto, foi realizado o primeiro leilão para contratação de energia solar no Brasil.
Brasil vive melhor momento do setor fotovoltaico
Hoje, podemos afirmar que a energia solar encontra-se no seu melhor momento. Com uma expansão histórica da quantidade produtiva, o setor fotovoltaico teve recentemente o seu marco regulatório aprovado e sancionado pelo presidente da república. Significa dizer, portanto, que a energia solar está respaldada juridicamente, o que resulta em maior segurança para os investidores e numa atração maior de investimentos.