Neste ano, a conjunção de fatores como dólar alto, crise hídrica e conta-covid criam tempestade perfeita para aumento tarifário elevado
Confirmando a previsão, a perspectiva é de que ocorra uma elevação nas tarifas da CEEE e da RGE. A primeira a anunciar o aumento deve ser a RGE. Tradicionalmente, a data do seu reajuste marcado para vigorar a partir de 19 de junho. Até lá, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá divulgar os percentuais que serão aplicados nas tarifas da companhia.
De acordo com a Siclo Consultoria, é difícil mensurar em quanto será o aumento. Levando em consideração outras distribuidoras brasileiras, calcula-se que o incremento médio na RGE deverá ficar entre 5% e 10%. Há quem projete uma elevação ainda maior, na ordem de 15%.
Para as contas de luz da CEEE-D, que terão as mudanças nas suas tarifas ocorrendo em novembro (vigoram a partir do dia 22), a Siclo Consultoria afirma ser mais imprevisível o aumento. Há uma projeção de um reajuste na casa dos 10% para as tarifas da CEEE-D.
Razão do aumento: Dólar, crise hídrica e conta-covid
Entre os fatores que influem nas correções das contas de luz, estão os custos com distribuição, transmissão e aquisição de energia. O dólar também é outra variável, já que a RGE e CEEE-D adquirem energia de Itaipu, que é precificada nessa moeda. Sem dúvida, o baixo nível dos reservatórios do país, que implica o acionamento mais intenso das termelétricas que possuem uma geração normalmente mais cara do que as hidrelétricas, impactará as tarifas de todas as distribuidoras nacionais.
Além disso, a chamada Conta-Covid, uma operação regulamentada pela Aneel em junho do ano passado para atenuar os reflexos mais imediatos nos reajustes das distribuidoras por causa da pandemia, vai ter efeito direto nos aumentos. Esse abrandamento foi feito através de um empréstimo de cerca de R$ 15 bilhões, de um conjunto de bancos para as concessionárias, diluindo o efeito no aumento das tarifas em 60 meses. A cobrança começa neste ano, abrangendo apenas 5% do total dos empréstimos, percentuais que vão aumentando até 2025.