Em um cenário em que isso ocorresse, teríamos uma redução de R$ 200 na tarifa média no Brasil
Qual seria o custo de implantação de uma estrutura de geração de energia solar gratuita para toda a geração elétrica no Brasil? Conforme a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), R$ 1,5 bilhão de MWhs por ano dariam conta desta tarefa. Para termos essa quantidade de energia gerada, precisaríamos instalar 500.000 MWP em energia solar a um custo de R$ 2 trilhões.
Se dividirmos esse número por 5 anos, teríamos um custo de R$ 400 bilhões por ano. O que seria suficiente para que toda geração de energia destinada à mobilidade no Brasil seja gratuita, no mínimo pelos 20 anos seguintes. É possível? É, mas teríamos que mudar bastante a mentalidade e o senso de urgência climática no país.
À grosso modo, poderíamos dizer que, caso houvesse a adoção radical da energia solar como base para a matriz elétrica brasileira, acompanhada da otimização do sistema, teríamos uma redução de R$ 200 na tarifa média no Brasil, levando seu custo final para algo em torno de R$ 300/MWh. Este valor já inclui o custo de recomposição do capital, o que seria suficiente para a manutenção do sistema.
A consequência disso?
Além da maior disponibilidade de capital, o trabalho de implantação de energia solar na base e de otimização do sistema de armazenagem existente terá reflexos na intensidade energética do Brasil. A intensidade energética mede-se pela quantidade de energia necessária por unidade de produção ou atividade econômica.
Adotando como exemplo o que aconteceu nos Estados Unidos nas últimas décadas, verifica-se que existe uma relação positiva entre diminuição na intensidade energética de todos os segmentos somados e o crescimento da economia.
Ou seja: podemos dizer que uma diminuição significativa no custo da conta de luz somado à diminuição da intensidade energética do Brasil representará um uso mais eficiente de capital disponível para a sociedade. Ou seja (de novo): o impacto beneficiará indivíduos, residências, indústrias, comércio e atividade econômica como um todo. Então, partiu fazer?