A geração distribuída no Brasil deve saltar do atual 2 GW para 11,4 GW, expansão de 43%
A matriz energética brasileira já mostra sinais de transformação. Até 2029, a geração hidráulica reduzirá significativamente, correspondendo por 42% do total produzido, abrindo espaço para forte participação das fontes solar e eólica. As estimativas estão do Plano Decenal de Expansão de Energia 2019-2029 (PDE), divulgado em fevereiro pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O documento, inclusive, já foi notícia aqui no blog na semana passada. Neste post, porém, vamos tratar de informações que ainda não havíamos publicado.
Como funciona a energia solar?
Apesar da fonte solar ter participação quatro vezes maior e a fonte eólica, praticamente dobrar, a parcela das fontes limpas, incluindo as hídricas, deve cair dos atuais 83% para 80% em dez anos. Isso porque as usinas térmicas a gás natural vão saltar de 7% para 14% no período. Esse dado é mais um argumento contrário às propostas de mudança da Agência Nacional de Energia Elétrica.
O mercado consumidor de gás natural, segundo o PDE, tem expectativa de crescimento médio anual de 1,4% ao ano para a demanda não termelétrica e de 6,5% para geração de eletricidade, entre 2019 e 2029. Ainda conforme o PDE, do total de R$ 2,34 trilhões, R$ 1,9 trilhão deve ser aportado nos segmentos de petróleo, gás natural e biocombustíveis, e R$ 456 bilhões em geração centralizada ou distribuída de energia elétrica e em linhas de transmissão.
Geração distribuída no Brasil deve saltar do atual 1,3 GW para 11,4 GW, expansão de 43%
Desse total, R$ 303 bilhões focado em geração centralizada, R$ 50 bilhões em geração distribuída e R$ 104 bilhões em transmissão. Assim, o levantamento prevê que, até 2029, será acrescido mais 75GW de capacidade instalada no país, dos 176 (GW) registrados atualmente. A geração distribuída deve saltar do atual 2 GW para 11,4 GW, expansão de 43%. Em transmissão, as redes passarão de 154,4 mil quilômetros (km) para 203,4 mil km, expansão de 32%.
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Apesar das estimativas, o planejamento se torna desafiador por conta de algumas variáveis. Entre elas, a chegada de veículos elétricos, forma de armazenamento e crescimento de geração distribuída. As projeções do PDE partem de avaliações socioeconômicas e de demanda por energia. O critérios consideram que a população do país vai crescer a uma taxa média de 0,6% ao ano, chegando a 224,3 milhões de habitantes em 2029. Na pesquisa, o cenário baseia-se num crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9% por ano e expansão de 2,2% do PIB per capita ao ano até 2029.